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Entrevista a Rogério Colaço - A Conspiração de Atlântida - 3020



Rogério Colaço nasceu a 27 de Junho de 1968, em Soure. É professor catedrático, cientista e presidente do Instituto Superior Técnico.

Estreou-se a Julho de 2020 no género de Ficção Científica com a obra A Conspiração de Atlântida, o primeiro volume da Trilogia 3020, publicado pela Cultura Editora.

Em pouco tempo conquistou vários leitores que anseiam expectantes pela continuação da trilogia.

Na sua primeira sessão de autógrafos na Feira do Livro de Lisboa, Rogério dá a conhecer algumas curiosidades sobre si e a sua obra.

A profissão do Rogério e a sua paixão pela escrita foram o mote para escrever a sua obra?

Há pessoas que têm como passatempo andar de bicicleta, ouvir música e eu sempre tive como passatempo escrever desde muito novo e, houve uma altura na minha vida que foi há três anos em que tive tempo e disponibilidade para fazer uma coisa que sempre quis fazer: escrever um livro. Um livro de ficção, uma coisa imaginada que em nada tem haver com a minha profissão. E foi isso que aconteceu não há nenhuma relação directa com aquilo que eu faço no dia-a-dia , é uma coisa que gosto de fazer. Se calhar se não gostasse de escrever e gostasse de andar de bicicleta tinha andado muito nos últimos anos


Como é que surge a ideia de escrever a Conspiração de Atlântida?

É uma pergunta muito difícil de responder. Eu sempre gostei de ficção e de ficção cientifica. Gostei de alguns livros que foram escritos prevendo o que aconteceria no futuro e livros como o 1984 de George Orwell ou 3001 de Arthur C. Clarke que têm uma característica que é o autor colocar a marca de tempo num horizonte temporal muito próximo. (risos) Eu, que não sou muito velho, já passei esse tempo em que os livros foram escritos projectando o futuro e nada do que previam aconteceu de facto. Portanto eu decidi escrever um livro que se passasse num futuro em que ninguém poderá saber se acontecerá ou não e esse foi o desafio. Retiras do livro, da narrativa a carga daquilo que pode ser previsto do momento em que está escrito que é tão longe e totalmente imaginário.

E um dos desafios tem haver também com o facto de se tu estiveres num horizonte muito distante, por exemplo em 3020 as tuas referências são completamente diferentes , por exemplo o facto de não haver livros é uma coisa totalmente diferente. Como é que será não haver livros? (risos) Portanto isso cria-te uma possibilidade de criar coisas diferentes que é interessante. E é essa a ideia da escrita deste livro.


A Conspiração terá mais dois livros, para além deste. Já tem projectos para o futuro após o término da trilogia?

Não. (risos) O projecto para já é terminar a trilogia.


Acha que a dado momento vamos conseguir ver algumas das mudanças que prevê em 3020?

Acho que algumas coisas já conseguimos ver. Por exemplo termos o telemóvel, algo que não havia quando eu tinha 20 anos. É uma tecnologia interessante que nos coloca em interface entre nós e a realidade, neste momento como acontece com o livro com os registos de vida. Mas , neste momento, o telemóvel é uma coisa externa. Podemos pousar o telemóvel e desligá-lo, porém é previsível que daqui a uns anos a tecnologia que temos esteja diretamente interposta na nossa realidade e isso vai mudar a nossa percepção do mundo. A realidade ampliada, o registo que nós fazemos começa agora, começamos agora a sentir. Em breve teremos muito mais essa percepção da tecnologia a influenciar as nossas vidas.

A ficção científica tem poucos escritores portugueses. Acha que se deve ao facto de os leitores sentirem algum preconceito em relação a escritores portugueses de ficção cientifica? Ou é porque é um género difícil de escrever requerendo pesquisa, havendo um receio de se aventurar?

É uma pergunta interessante e não sei responder bem. Mas sei uma coisa, nos últimos anos há um conjunto de géneros literários que não havia muito em Portugal por exemplo o policial, o thriller, a ficção cientifica que nos anos 80/90 havia um leque muito reduzido.

Neste momento já há bastantes escritores e com muita qualidade. O Nuno Nepomuceno, por exemplo, escreve livros fantásticos e portanto, acho que há uma evolução natural começam aparecer géneros literários que não haviam antes no nosso país e com muita qualidade, isso é muito importante para Portugal, para a cultura e para a língua portuguesa.


Se algum leitor encontrar a Conspiração de Atlântida numa livraria, o que lhe diria para motivar a ler?

É assim os livros são todos eles para mim viagens. E há muitos livros, cuja viagem só se pode fazer lendo o livro. Neste caso, a única maneira de fazer esta viagem a 3020 é ler. Para quem gosta de viajar para mundos que só se podem visitar lendo, esta é uma dessas viagens.



Agradeço ao Rogério Colaço a sua disponibilidade para a entrevista e à Cultura Editora pelo convite.




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