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Entrevista a Iris Bravo, autora de A Terceira Índia

Domingo. Dia 13 de Setembro. Feira do Livro de Lisboa.

É no stand da Cultura Editora que a escritora Iris Bravo recebe de sorriso no rosto as dezenas de leitores que aguardam uma dedicatória nos seus livros.


Com o apoio da Cultura Editora tivemos a oportunidade de conversar com a Iris e de ficar a conhecer mais sobre o seu primeiro livro A Terceira Índia.


A Iris licenciou-se em Medicina, especializando-se em Ginecologia e Obstetrícia. Posteriormente, diferenciou-se em Infertilidade e Procriação Medicamente Assistida.

A sua atividade profissional teve de algum modo influência na escrita de A Terceira Índia?


Sim, teve toda a influência! A minha heroína é uma espécie de compilação de muitas mulheres que eu já acompanhei. Comecei a escrever o livro num dia em que estava um bocadinho triste. Adoro o que faço, acho que sou uma sortuda por fazer o que faço. Tenho casais que vêm ter comigo porque não conseguem engravidar e na grande maioria dos casos, eu consigo entregar-lhes um bebé mas há alguns casos em que não consigo. Por muito que me esforce a Medicina não consegue dar resposta a todos os casais. Então foi um dia em que estava um bocadinho frustrada porque duas doentes que eu gostava e que já as acompanhava em que os tratamentos não tinham resultado, resolvi escrever um livro em que a heroína tivesse infertilidade, fizesse tratamentos e não engravidasse. Foi uma forma de dar voz a estas mulheres que travam uma batalha difícil e que depois não conseguem ver o prémio, por isso influenciou muito.


Qual o motivo que a levou a escolher “A Terceira Índia” como título?


Sou impressionada pelas relações entre as mulheres sobretudo entre relações de mulheres da mesma família na forma como se apoiam. É “A Terceira Índia” porque a Sofia (personagem principal), a mãe e a avó formam uma tribo e elas são parecidas com índias apesar das suas origens serem no Alentejo, ela tem a pele escura, os olhos escuros e os cabelos compridos, então o pai dela chamava a Tribo das Três, por isso é que ela é a terceira Índia.


Sentiu, em algum momento, dificuldades no processo de escrita?


A minha maior dificuldade foi tempo! Eu trabalho, tenho filhos, a minha casa e às vezes não arranjava o tempo que precisava porque tinha ideias, queria escrever muitas coisas e não conseguia porque tinha de ir trabalhar ou fazes outras coisas. A minha maior dificuldade foi mesmo a falta de tempo.


E em publicar que dificuldades sentiu?


No processo de publicação eu enviei para várias editoras e algumas recebi “nãos” e depois recebi um “sim” da Cultura Editora. Mas recebi alguns “nãos” antes da Cultura acreditar em mim.


Acredita que, de alguma forma, o seu livro pode ajudar outras mulheres que se revejam na Sofia?


Eu já percebi que sim, porque já me disseram que há muitas mulheres com infertilidade e mesmo sem que se identificam com os pensamentos da Sofia e com tudo aquilo que ela passa, mas o que é engraçado é que quando escrevi a ideia era mostrar às outras pessoas o que estas mulheres passavam. Mas, claro que depois também acontece que as mulheres que passam por isto também se identificam.


A Iris pensa continuar a escrever? Tem projectos em mente para o futuro?


Tenho um livro que já está escrito e que é o segundo volume d’A Terceira Índia. Está escrita e agora estou a rever. Tenho outro também escrito totalmente diferente deste.

O segundo volume d’A Terceira Índia já estava previsto? Ou surgiu após a publicação do primeiro?


Não estava previsto. Escrevi tudo seguido e depois quando revi era muito grande portanto, teve de ser dividido. (risos) E, lamento se o sítio onde dividi deixar a querer mais mas tinha de ser dividido em algum sítio.


Que palavra melhor descreve o seu livro?


É uma pergunta muito difícil! (risos) Diria surpreendente.


Para quem não conhece a obra o que gostaria de dizer a esses leitores? O que é que podem esperar da história da Sofia?


É um livro que tem uma parte importante de relações. Fala de amor, amizade, fala também sobre a coragem no feminino e também sobre alguns temas importantes como as diferenças culturais que há entre os países ocidentais e os países de África e outros temas ambientais. Acho que é um livro que pode cativar.


Acha que as mulheres que sofrem de problemas de Infertilidade se sentem abandonadas?


Sim, um bocadinho. Muitas vezes não abandonadas no sentido de procurar empatia nas outras pessoas e essa empatia não ser retribuída. Mas também porque as próprias mulheres muitas vezes não contam, os casais não gostam de contar e acabam por ficam um bocadinho isolados. E, também porque muitas vezes os casais são frequentemente, lhes perguntadas muitas vezes “quando é que tens filhos” e os casais acabam por se fechar porque começa a ser doloroso responder a uma pergunta que sabem ser difícil de responder.


A Iris já esteve em sessão de autógrafos no dia 6 e agora novamente num segundo dia. Qual é a sensação ao ver dezenas de pessoas a vir pedir um autógrafo, a conversar e ouvir as suas opiniões?


É arrebatador! É um misto de não acreditar, ficar muito feliz e ficar um bocadinho deslumbrada. Não sei explicar mas é uma grande alegria.

Se gostaste da entrevista e ficaste curioso com A Terceira Índia podes adquirir em: Wook.pt , Cultura Editora

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