Encontrar-me, Encontrar-te, Encontrá-lo de Maria Cunha e Silva

*Leitura com o apoio da Cultura Editora*

Olá a todos,

Atrevo-me a dizer que, o livro de hoje é o sucesso deste verão!

A capa é lindíssima! Sempre que vejo um livro com este tipo de capas, ganho uma nova esperança em relação às editoras. É como se começassem a ouvir os leitores e percebessem que queremos jovialidade nos livros. Que apesar do velho ditado dizer que não devemos julgar um livro pela capa, nós jovens altamente tecnológicos e extremamente viciados no "instagramável" nos tornámos extremamente exigentes a nível visual.

Se uma maçã é excluída por nós só porque não é extremamente vermelha e brilhante porque é que com os livros haveria de ser diferente?!

Por isso, a editora, o designer responsável e a própria Maria estão de parabéns pela capa do livro!

Quanto à história em si, confesso que as minhas expectativas estavam altíssimas contudo, o livro desiludiu-me um pouco.

A premissa promete-nos uma Júlia que, parte para a Tailândia numa viagem de autodescoberta e a dada altura parece ser esse o foco da jovem, contudo sentimos que a cada página virada esse objetivo vai ficando mais longe de ser a prioridade da personagem principal, o que sinceramente me entristeceu.

A escrita da Maria é bastante agradável e poética, algo a que nos habituámos no seu primeiro livro, porém nesta narrativa a excessividade de frases curtas torna a leitura maçadora e faz perder o ritmo de leitura. Sentimos que as frases não acrescentam nada à história que apenas ocupam espaço.

Há um ponto fulcral nesta história que a Maria conseguiu atingir na perfeição, as descrições. O facto de a escritora ter vivido no país onde se desenrola a ação sem dúvida que a ajudou a conseguir descrições tão realistas que conseguem transportar o leitor para a Tailândia. Através das palavras sentimos os cheiros, os sons, a magia daquele povo e isso foi o que mais me apaixonou nesta história!

O desfecho do livro provocou-me um misto de emoções por um lado fiquei surpreendida, por outro senti-me triste com a forma como terminou.

Acredito que a Maria tem um percurso muito bonito pela frente no mundo literário e que com as experiências que vai tendo as suas obras vão melhorar imenso.